Vinham de mãos dadas.
Subiam pelo caminho ladeado de água.
Tinham os dedos enlaçados e as mãos suadas.
Traziam sorrisos francos, abertos nos lábios.
Caminhavam lado a lado, os joelhos trémulos do amor acabado de fazer às claras, debaixo da figueira, só os frutos leitosos, ainda verdes, como testemunha.
Guardavam na pele o suor do outro, como uma relíquia, e deixavam atrás o chão marcado de pegadas molhadas.
Sorriam, motivados pelo vazio imenso ao seu redor, e pelos caudais de saliva derramados sem pressas.
Transportavam nos olhos apenas a leveza do dia de hoje, e partiam sem mais rumo que não a presença do outro, pelo caminho adiante.
Passaram por mim.
Fiz de conta que não os vi.
De
Astuto a 18 de Junho de 2008 às 23:42
Bem... Esta breve história é talvez a coisa mais bonita que já li... Algo que eu nunca teria a coragem de escrever por recear ser terno...
Continua assim, terna.
...e este é talvez o comentário mais simpático que já recebi! ;))))))
De
Leo a 9 de Julho de 2008 às 00:18
oh, eu detesto esses parvos que andam ai todos amorosos. EU TAMBEM QUERO xD
belo texto, mamy ^^
Lindo... muito bonito e simples... muito bem retratado =)
*
De
António a 18 de Agosto de 2008 às 18:11
Olá!
Mais um belo texto.
Este aproxima-se mais do estilo a que chamam de "prosa poética".
(e eu, que não percebo nada de literatura, aqui a mandar bitaites sobre estilos literários...ah ah ah)
Beijinhos
Este espaço existe mesmo pra "amandar" bitaites à vontade.
Muito obrigada!
Beijinho
O pior cego é mesmo aquele que se recusa a visão...
Uma mirone amigável, menos mal! Lol
Continuação de bons textos.
Parabéns pelo destaque!
Muito obrigada pelas palavras tão simpáticas.
Volta sempre
Não carece a honestidade do comentário.
Convite aceite e retribuído!
Boa semana.
zumbir