Acabei a minha re-leitura deste livro.
Há uns anos largos quando o li, na plenitude da minha adolescência, quando tudo é uma luta para se travar; achei-o....grande!!!! Acho que é a palavra mais certa: grande! O Exodo de um povo, a luta de uma geração, pelo trabalho, pela terra, pelo pão, pela justiça, pela igualdade.
Todas as lutas que ainda e sempre fazem rodar esta esfera.
Hoje, descobri outras cores nas palavras de John Steinbeck.
Os anos passaram (mais impiedosos por mim do que pelo livro), e apesar de tudo o que disse atrás não ter perdido o sentido, outros valores se levantam agora em frente dos meus olhos.
O sentido de familia, aparece sempre como o fio de prumo de toda a narrativa, e a luta primeira é a batalha, tantas vezes perdida pela união, a tal união que faz a força.
É um livro escrito por um homem, que consegue colocar em destaque a sensibilidade feminina, e a natureza primária, quase animal até, de uma mãe na protecção das suas crias.
Lindo e duro como a vida é.
"-Nada disso-argumentou a mãe, sorrindo- Não é não, pai. E isto é mais uma das coisas de que uma mulher tem a certeza. Já reparei nisso. O homem vive como se desse saltos...nasce uma criança e morre um homem, e é como se fosse um salto; arranja uma territa; perde a territa, e é outro salto. Para a mulher tudo corre sem parar, como um rio cheio de remoinhos e de cascatas, mas correndo sem parar. É assim que a mulher encara a vida. A gente não morre, a gente continua...muda, talvez, um pouco, mas continua sempre firme"