Há datas que nos fazem parar e lembrar..
Pensar um bocado em nós, no que somos e porque somos.
Não é nem nunca foi minha intenção fazer deste sítio, um diário, seja no sentido literal da palavra, uma descrição do dia a dia da minha pessoa, ou no sentido mais generalista de ardósia de desabafos. Nada disso.
Mas é que há datas de que simplesmente é impossível não falar...ontem 14 de Setembro fez 16 anos que casei.
Parece que já foi noutra vida. E não digo isto de forma depreciativa, é apenas a constatação de como a erosão nos toma de empreitada.
Há 16 anos, nem eu nem o noivo, tínhamos peso a mais, preocupações a mais, rugas a mais, e por aí adiante.
Há 16 anos tínhamos uma vida inteira pela frente, e ilusões de que o amor e uma cabana eram efectivamente suficientes para caminhar lado a lado.
As ilusões foram obviamente dando lugar a certezas, umas mais amargas outras mais doces.
Não tenho já idade para acreditar em relações perfeitas, ou pessoas perfeitas, porque, sejamos honestos tal coisa não existe, nem aqui nem na China!
No entanto continuo a acreditar e a lutar todos os dias no sentido de fazer o caminho lado a lado com a pessoa que escolhi. Lado a lado e em frente.
Às vezes os caminhos são sinuosos, as palavras são íngremes e as paixões periclitantes .
Às vezes, os olhos são pesados, os julgamentos são injustos, os sorrisos são efémeros, e a paz é só um desejo.
Por outro lado, sempre que tropecei, houve uma mão a segurar-me, sempre que chorei, houve um conforto a apanhar-me as lágrimas, sempre que trabalhei demais nunca estive sozinha .
Três filhos. Três filhos é o balanço mais que positivo desta união de duas almas que nunca serão gémeas, mas que constroem com todas as suas forças uma relação que é bela nas suas incontornáveis imperfeições.
A verdade é que hoje eu não me concebo sem ele, sem eles.
O amor é uma coisa que fica mais bonita cantada pelos poetas, e eu não me atrevo a tanto. Mas esta força que me enche por dentro, quando estou aqui a escrever, agora mesmo, só pode ser amor por ele, amor por eles.
(A fotografia que se segue é mesmo a fotografia no dia......parece uma película de outras pessoas que não nós!)