Ontem à noite, os dois mais velhos, à mesa do jantar, lembraram-se de um acampamento, um dos muitos da sua "carreira" escutista, o primeiro do Zeca....deve haver já uns bons 6 anos, foi ainda à beira do Guadiana, ali prós lados de Campinho. O lugar de que falo, está hoje a dormir debaixo daquele mar de água.
Nesse ano, tinha abraçado o Agrupamento, um miúdo, lisboeta, o Tião , ....forasteiro pois então, que tinha nesse acampamento, também o seu baptismo de campo.
Foi todo um fim-de-semana, de comunhão com a Natureza, nadar, improvisar canoas, observar peixes e pássaros e coelhos, enfim três dias de alegre convívio , que, a exemplo de muitos outros acampamentos deixaram marcas na vida dos presentes. Mas marcas que eles se orgulham de mostrar ao mundo.
Na hora do adeus, lá se fizeram os rituais do costume, rezou-se, cantou-se, enfiaram-se os haveres feitos de pó e lama pra dentro da mochila e uma procissão de pais, começou a chegar à hora marcada, para levar os meninos de volta a casa.
Desta vez, a ladainha da partida, era entrecortada de gargalhadas, e os mais pequenitos rebolavam-se agarrados à barriga, extenuados de tanta risota...
-Oh meu Deus!!! Mas o que é que se passa? Estão muito divertidos os rapazes!!!
Um dos Lobitos, ainda a soluçar de gozo, conseguiu endireitar-se, e com a maior dignidade que pôde disse:
-Mãe, é que o Tião diz que viu um "pâixe "......
um coro de gargalhadas não se fez esperar, ainda o gaiato não tinha acabado de falar.
Onde o Tião tinha visto um "pâixe ", eles continuavam a ver, nesse dia, e sempre: "pêxis ".
Pode parecer estranho, mas parece-me um bom prenúncio, que sejam os nossos filhos a rir-se da pronúncia de Lisboa....
Afinal é um marcador genético, e aceitá-lo é amá-lo.