Sexta-feira, 21 de Novembro de 2008

Tie-Dye

 

100* querer derrubei o sol.

ele agradeceu, e aprendeu nos olhos dos amantes a esmagar frutos com os seus dedos solares.

 

 

 

 

Image by Meldevespas & Lenore

 

*(trocadilho parvo para assinalar o centésimo post cá do estabelecimento)

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Original Zumbido por meldevespas às 21:18
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Quarta-feira, 9 de Abril de 2008

Atrevimento

Espreitou por entre os cortinados escuros. A luz do dia não mentia.

Tal como ela temia.

O tempo ameaçava sol.

O sol minguava-lhe os dias. Era fogo posto debaixo da sua roupa.

Tal e qual ela temia.

Fizera juras de clausura ao calor da rua. Promessas de portas fechadas à luz do branco das paredes. Jejuns de manhãs mornas na soleira da porta...

O sol minguava-lhe as horas e acrescentava-lhe a inquietude.

Apertava a camisa com força contra o peito.  Tinha que travar o bater de asas ali dentro. Os nós dos dedos empalideciam. Os lábios também.

Uma abelha pousou na flor de laranjeira, daquele ramo que quase batia no vidro da janela....

se agora abrisse a portada, só uma fresta pequenina, o cheiro a laranja doce e pólen acabado de colher ,  iam entrar-lhe pelo nariz e amolecer-lhe as pernas, e  era certo, as pontas dos dedos gritariam por frutas e sumo e pêssegos suaves...

A abelha zumbia mansinho...ela arrependia-se baixinho...jamais abriria a janela num dia como este! Um dia de horas minguadas e euforias em crescendo.

Continuava ali. Prostrada junto ao vidro quente. Se ao menos chovesse dias a fio. Se o céu arrefecesse e se enchesse de cinzento...ela podia então largar a camisa sobre o peito...livre...sem temores de revoadas de pássaros e pousos de insectos.

E voltaria a ser ela, firme e sem pele...e sem sede de frutas ou fome de sumos...

Tinha a boca seca.

Caiu de joelhos no chão de mosaicos frios e chorou.

As mãos soltaram a camisa que teimava em abrir...

A abelha zumbia baixinho.

Ela atrevia-se, devagarinho... 

 

imagem by deviantart 

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Original Zumbido por meldevespas às 14:32
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Quinta-feira, 3 de Abril de 2008

Quando o sol desiste

Era a última hora de sol daquela tarde de Abril.

...e ainda caminhava, numa matriz copiada até à exaustão. Um pé depois do outro, sempre no ritmo marcado pelo calor do macadame.

O passo era certo e firme...o destino...era a vontade de chegar.

Onde?

...

Caminhava ainda, o sol desistia devagarinho, o homem não. Ainda não. Mais um pouco de estrada, não faltava muito para chegar.

Onde?

...

Sabia-o. Sempre o soubera. Caminhava porque sim.

Era peregrino do caminho por fazer.

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Original Zumbido por meldevespas às 10:35
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Segunda-feira, 10 de Dezembro de 2007

Pim Pam Pum está a crescer!!!

 I

Já estão dois a abanar

outros mais lhes seguirão

parece que estão a dançar

ao som da mesma canção

 II

-Mãe, olha! estou a crescer

o meu dente vai cair!

Vou ficar envergonhada

quando o sol me vir sorrir!

III 

-Vai valer o teu sorriso

Isto que te vou contar:

Também o sol, já teve

um dentinho a abanar!

IV 

Era ainda pequenino

Cabia na tua mão

Mais parecia um pirilampo

Mal aquecia no Verão!

 V

Agora que já cresceu

Tem um sorriso brilhante

A lavar bem os dentinhos

Ficas como ele num instante!

 

 

 

 Ilustrado por Pim Pam Pum

 

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Quarta-feira, 5 de Dezembro de 2007

Romance de Cordel

Mariazinha levantou-se de supetão, derrubou no seu gesto, o livro de capa castanha que tinha no regaço, e a manta de viagem que lhe cobria os joelhos. O xadrez verde e branco derramou-se no chão, morto pela pressa do impulso.

Correu para a pequena janela da salinha de leitura, que dava para a rua das traseiras da velha casa.

O som metálico da campainha de uma bicicleta a pedais arrancou-a de viagens, e beijos arrebatadores do seu romance de cordel.

Três toques, como era habitual, três toques era a senha para olhar a rua.

Afastou com força as cortinas curtas floridas, e o estampado amarelo torrado encolheu-se todo a um canto da janela, temendo tamanha impetuosidade.

Espreitou , tentou em vão levantar o trinco de ferro da portada, mas a ferrugem acumulada impediu-lhe a vontade. Irritada viu a roda traseira desaparecer na calçada de granito cinzento, que brilhava com a força de um diamante à luz fria do sol de Dezembro.

Baixou os braços, numa fúria contida de desespero e desilusão.

- Agora só amanhã...raio da janela!!! Juro que se não te abrires amanhã, parto-te! Ouviste bem! Parto-te em pedacinhos tão pequenos, que ninguém vai reconhecer neles o vidro de uma janela!

Gritava com a janela. Mas a janela não podia ouvi-la, não podia saber a raiva que crescia na garganta da Mariazinha. Aquelas duas canas que lhe engrossavam o pescoço esganavam-lhe a voz, e tolhiam-lhe a razão.

Voltou para o sofá puído , mas ainda assim de porte nobre, de um veludo adamascado rosa velho, empalidecido pelo dias.

 Agarrou os joelhos com força e permaneceu muito tempo assim, toda dobrada, em cima do cadeirão, como uma almofada decorativa, imóvel, absolutamente imóvel.

Mergulhou numa inércia, que conhecia de outros dias, não se atreveu a levantar a cabeça do conforto das pernas, do calor do abandono, e deixou-se ficar ali, a esvaziar-se aos poucos, da raiva, do desamor, das esperanças de há pouco.

Nos romances de gosto duvidoso, que sorvia de olhos esbugalhados e coração em tempestades tudo era mais fácil, agora, neste preciso momento, ele chegava, jogava a bicicleta com estrondo e descaso no passeio da rua, e arrombava a porta fraca com os seus braços duros e queimados do rigor das estações. Depois em dois passos largos alcançava-a no sofá e levantava-a como uma pena, sem hesitações e com a firmeza de um deus de pedra. Seguiam-se beijos lascivos e trocas molhadas, e acabariam no meio do soalho arrastados por enxurradas de orgasmos...

Abriu os olhos em transe. A salinha continuava ali, na penumbra do estampado amarelo torrado das pequenas cortinas acanhadas, que coavam o tímido entardecer. Ela também. Continuava ali, sozinha , enrolada em si própria, encolhida, o corpo todo em ondas de dor, o peito dormente de mais um dia sem vida.

Apanhou do chão o livro da capa castanha, procurou na amalgama de páginas amarrotadas pela queda, o capitulo que estava a ler quando a campainha a interrompeu. A trama não fazia sentido, e os amores eram pardos, a heroína de cores macilentas e o deus de pedra era apenas pó.

Fechou o livro com força, e como se o quisesse apagar das suas mãos, arremessou-o para bem longe, com o ímpeto de um vento norte.

Sabia bem, que tinha que passar uma noite por cima dela para sentir de novo todo o seu ser domesticado e dócil. O coração debatia-se, algemado pela indiferença, os pulmões ardiam sacudidos por baforadas de areia, o cérebro amortalhado pela certeza do impossível .

- Amanhã...amanhã logo cedo, levanto-me e espero aqui sentada.

Mariazinha adormeceu, embalada em sonhos vazios.

Estava sentada num campo todo relvado de veludo azul noite, alto e farto, atrás de si havia um pomar de macieiras...e as maçãs eram campainhas de bicicleta a pedais, que tocavam sem parar.

Escancarou os olhos num repente, e deixou-se ficar na madrugada do acordar, o olhar fixo no tecto branco, percorreu todos os traços barrocos do centro de gesso esculpido em redor do candeeiro de vidro opaco de um azul leitoso. Analisou cada floreado, cada ponta, cada sequência de ramagens brancas.

-Daqui a pouco...três toques- soltou uma gargalhada, depois outra, e sempre num riso frenético , saiu da cama rodopiando no seu eixo, com um sorriso solto e as mãos rasas de esperança.

O livro de capa castanha, já estava aberto, a manta de viagem tapava os joelhos, e Mariazinha enterrada no velho sofá, mantinha os ouvidos na rua das traseiras.

Ela sabia que não tardava. A hora era aquela, já ouvia o pedalar, o deslizar da corrente oleada, era agora.....três toques!!!

Mariazinha, dum salto, repetiu os movimentos do dia anterior, a janela deixou-se de caprichos, e abriu sem esforço. A rapariga debruçou-se e derramou o sorriso no passeio da rua, mesmo por baixo do parapeito da janela.

O cinzento do granito estava de novo animado pelo brilho de mil estrelas que o sol despejara de manhãzinha, e a bicicleta descia ritmada pela campainha metálica e pelo sorriso franco do ciclista.

No outro lado da rua estava a Clara, encostada à ombreira da porta, como todas as manhãs mal ouvia o sinal do Rui. O Rui, trabalhava na serralharia do beco do Mendes, e todas as manhãs, saia de casa ainda a mastigar o papo-seco com manteiga, saltava para a sua bicicleta e descia a rua ansioso pelo sorriso da namorada, a Clara, era louco por ela!

Todas as manhãs lhe atirava um beijo com a mão, e recebia de volta um sorriso que lhe injectava forças para mais uma jornada de trabalho duro.

Mariazinha recolhia-se. O ciclista nunca reparara nela, nem um bom dia tinham sequer trocado. Ele não imaginava com que ardor uma outra rapariga, que não a sua Clara, sabia de cor a hora, a senha, o som da corrente, os três toques...

Fechou a janelinha pequena, acalmou o coração com carícias e palavras de compreensão, e regressou ao sofá.

 No calor da manta de xadrez verde e branco, deixou-se levar para os braços do seu deus de barro, impresso nas páginas enxovalhadas do romance barato.

 

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Segunda-feira, 29 de Outubro de 2007

Dias de Sol, Tardes de Pó

-Já viste?! O vento faz nas nuvens o mesmo que faz na areia! Desenha as mesmas ondas!

 - Se calhar não sabe desenhar mais nada...

Caminhavam lado a lado, agora já longe da aldeia e dos olhos duros de pais, professores ou vizinhos.

Olhavam para o céu como se fosse seu, e, levantando nuvens de pó áspero,  arrastavam os pés na terra seca, com o descaso de quem tem o mundo à sua mercê.

Era uma tarde igual às outras de um dia que se repetia nos gestos de dois miúdos, guiados apenas pelo rodar do astro rei, e pelo apelo do vento na cara.

- A Pata Choca, já me avisou, "Mais uma falta e vou direitinha para a porta da tua casa!!" - ladainhava o Chico em falsete,  imitando os trejeitos da professora Joana - Tá-se a habilitar a uma partida jeitosa! Ai está, está!!! - rasgava em tom de ameaça.

- Tenho aqui a Radiante! - ripostou o Toninho, puxando ao mesmo tempo, de uma navalha de bolso de folha brilhante e cabo de massa encarnada; e de um sorriso que deixava a nú uma fileira de dentes amarelecidos pelo tabaco barato de enrolar - furamos-lhe os quatro pneus da carripana, sempre quero ver como é q'ela se amanha!

As gargalhadas espalhavam-se pelos campos vazios de gente, num eco de liberdade com os dias contados.

Lá continuaram a fazer caminhos de descoberta, por fora da vida que espreitava na berma funda do carreiro de terra batida.

- Quando for grande, vou ser aventureiro! - abria Toninho, para o amigo, os sonhos que tinha, escondido dos grandes, que lhe exigiam realidades e cadernos limpos - vou descobrir coisas que inda ninguém descobriu! Terras, pedras, lugares! - abrandou o passo, embalado pela antevisão de cheiros distantes e terras pintadas em telas brancas - E tu? Já pensaste o que queres fazer da tua vida? - perguntou, voltando ao pó da estrada, enquanto enrolava desajeitadamente um cigarro com um bocado de papel pardo que trouxera à sucapa da mercearia do Sr. Viriato.

- A minha mãe, tá sempre a dizer, que por este andar vou ser um grande desgraçado!... - o Chico, pela primeira vez, nessa tarde, escureceu o olhar com a pouca fé da mãe, e aqueceu as mãos no desejo secreto de um dia ser alguém. Um homem, não um desgraçado...que um desgraçado é só um homem pela metade, e o Chico ía ser um homem inteiro!

O silêncio caiu sobre os dois como um castigo, e só ficou o canto dos pássaros por cima deles, e o restolhar das ervas dentro dos peitos pequenos de idade e gigantes de sonhos vãos.

O dia correu com pressa de acabar, tal era a sede de sentir o sol nas veias. Pularam cercas, subiram árvores, derrubaram pássaros com as fisgas de elásticos largos, comeram macãs e uvas surripiadas em pomares e vinhas que se atravessaram na sua correria, e regressaram a casa, por fim, como todos os dias, cansados, esgotados por tanta liberdade, vivida ao limite.

O Chico e o Toninho, haviam de lembrar estas tardes de fuga pelos anos dentro.

A vida encarregou-se de esvaziar sonhos como balões velhos, e os sonhos encarregaram-se de calar a liberdade num canto escuro, e o silêncio amordaçou para sempre sorrisos abertos, corações cheios de tudo e mãos cheias de nada.

 

Fofografia de (Amazing) Weee  

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Domingo, 23 de Setembro de 2007

O tempo estava a mudar.

- Que aborrecido! Tenho que desmanchar esta porcaria toda outra vez.....- puxou a linha esbranquiçada; que de tanto uso, começava a dar mostras de cansaço na cor. Puxou, com a força de um pescador numa maré de fins de Setembro .

Por mais voltas que desse aos miolos, não lhe saia da cabeça que aquela colcha que tecia noite e dia, dia e noite, tivesse que nascer das suas mãos, tivesse que ser parida das suas dores àridas. Os dedos serpenteavam na agulha, e em menos de nada, enleios cresciam, enredos de linhas finas que se emaranhavam diante dos seus olhos e se agigantavam como as nuvens quando o tempo muda.

O tempo estava a mudar. Lá fora o verão travava lutas antigas com o outono, antigas e sempre antecipadamente perdidas. Seria a sua uma dessas lutas?

Puxou a linha com força, e um desespero entrou-lhe pela boca e aguou-lhe os sentidos. Tinha que acabar aquela maldita colcha.

- Faço desfaço, faço desfaço! Já nem sei onde acaba a minha mão e começa a agulha, já nem distingo os meus dedos das linhas enleadas. Tenho esta colcha colada a mim, dos pés à cabeça, como uma sombra que não é minha, e das duas uma: ou acabo com isto, ou dou em maluca!!!

Já tinha tricotado o alpendre, já tinha bordado a varanda, tinha caseado portas e janelas e sentia-se sempre e cada vez mais vazia naquela casa cheia de linhas claras, que esbranquiçavam olhares e afastavam ventos e restos de vidas.

- Faltam duas rosetas destas...só duas e posso-me deitar. Se me esquecer de adormecer, por certo que logo de manhanzinha tenho a coisa acabada...

Com a furia do fim em vista, e o frémito do sono por consumar,  picou-se uma e outra vez, e duas joaninhas vermelhas eclodiram da ponda dos dedos e entornaram-se no leite da colcha por acabar.

- Era só o que me faltava!!! ...Mas não faz mal - disse - toda ela está tecida do meu sangue...se algum estiver assim à vista de todos, que importância tem isso! Ao menos saberão o que doeu...

Tricotou com a desenvoltura de uma criança que sobe a uma árvore só pra roubar os ovos de um ninho, e depois os esborracha fechando a mão. E com a mesma insensatez do sorriso cruel da criança, fez e desfez toda a santa noite.

Os primeiros raios de sol, arrendados pelo alpendre, encontraram por baixo das portas, pontas de novelos que corriam todos em coro para o leito de uma colcha imensa da cor das horas e dos dias.

Acordadas pela luz,  milhares de joaninhas vermelhas, voaram pelas janelas.

Fotografia de João Palmela

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Sábado, 8 de Setembro de 2007

Presa por um Fio

Lembrava-se daquele dia com a mesma naturalidade com se esquecera de todos os outros.

Lembrava-se como do pelo do gato a insinuar-se por debaixo dos seus dedos, agora, naquela tarde fria e longe.

A euforia do sangue a correr dentro dela e a consciência pura da sua existência como corpo vivo, eram agora lembranças em cores pastel, em cores esbatidas como os dias que desde então passaram em frente do seu olhar.

Naquela vez, como em todas as outras, a noite deu lugar ao dia.

A noite tinha estado fria, de um esmalte fino e cortante, ponteada aqui e ali de luzes baças, e, exactamente duas horas antes do previsto o sol apareceu no céu.

Apareceu. Não houve madrugada, ou nascer do sol, ou laivos vermelhos de amanhecer. Nada!

Apareceu como uma visita que não se espera, pelo menos, não ainda.

Por todo o lado havia seres estremunhados, que saiam à rua, numa procissão sem precedentes. Olhos postos no céu, cegavam, com tamanha pujança de luz solar.

Tinha resistido à tentação de sair de casa, tinha feito pouco caso daquele astro que crescia do lado de fora de portas e janelas. Continuou a dormir um sono acordado pela claridade.

Já não se lembra bem como, nem tem já a exactidão de quando. Mas aconteceu.

A porta abriu-se com a força de uns braços curtidos por outros raios de sol. O silêncio que se fez  estremeceu as paredes de cal branca, os olhos encontraram-se, e viram o mundo a arder dentro daquelas paredes, mais do que ardia lá fora.

As cortinas pequenas não eram já cortinas, mas tristes rodilhas de pano retorcidas pela acção de um calor imemorável. Não se lembrava já se tinha sido o sol do céu, ou as chamas dos lençóis , que as tinham queimado.

E quando as paredes cederam aos tremores, e o mundo ruiu, numa derrocada de labaredas, ela sentiu-se presa à vida por um fio.

Lembrava-se, com o coração em brasas mornas, daquele dia fruto de uma noite insegura, que acabara antes do tempo.

 

 

Imagem de João Palmela  

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